terça-feira, 21 de maio de 2013

21 DE MAIO DE 2013


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Os municípios relacionados aí em cima são os cobertos pelo Litoral Norte RS. É claro que o noticiário das praias que integram estes municípios - de Balneário Pinhal a Arroio do Sal - estarão sempre aqui, desde que me repassem as informações. Por isso é fundamental a COLABORAÇÃO de todos. 
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As atualizações do Litoral Norte RS são feitas durante todo o dia.
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UMA PRAGA CHAMADA CASUARINA

Clóvis Heberle - http://clovisheberle.blogspot.com - é jornalista e vive em Imbé

"Vamos pintar o Litoral de verde!"
Como um grito de guerra, disseminado aos quatro ventos pelas tevês, rádios e jornais gaúchos, milhares de mudas de casuarina equisetifolia foram distribuídos nos supermercados de Porto Alegre, da Região Metropolitana e no Horto Florestal de Tramandaí, no início da década de 1970. A Secretaria da Agricultura garantia que a árvore, espécie nativa da Austrália, era a única que conseguia sobreviver ao clima inóspito do litoral gaúcho. E os donos de casas de veraneio, as crianças, as donas de casa, os prefeitos municipais, todos acreditaram. Cobriram o Litoral de verde.

Só que a casuarina, apesar do nome sonoro, bonito, delicado, revelou-se uma praga. Onipresente, enfeia ruas, avenidas, calçadas, quintais, terrenos baldios. Suas sementes, espalhadas pelo vento, germinam por todo lado. Está tomando conta das margens da Estrada do Mar, subiu para os Campos de Cima da Serra, se espraiou até o Banhado do Taim, lá no sul. Egoísta como só ela, não dá flores nem frutas. No chão onde ela cresce - e como cresce rápido - nada mais brota. Uma praga.

Nos últimos anos, proprietários de casas, incomodados com a sua sombra sufocante, começaram a cortá-las e, com surpresa, descobriram que há várias espécies nativas que as substituem, para a alegria dos pássaros e das borboletas.

Há três anos, a prefeitura de Tramandaí teve a coragem de cortar as casuarinas da avenida da Igreja. É claro que alguns moradores metidos a ambientalistas protestaram, em nome da preservação da natureza. Hoje a avenida, que era feia e triste, exibe flores e árvores nativas de pequeno porte.

No mês passado, os "guris" , como são chamados os jovens que assumiram a prefeitura de Imbé - tanto o prefeito como o vice e a maioria dos secretários têm cerca de 30 anos - mandaram cortar as árvores da avenida Osório, na entrada da cidade, e pelo jeito não vão parar por aí. Tem gente querendo recorrer à Justiça para preservá-las, com o mesmo (e falso) argumento de preservação ambiental. Não se dão conta de que é preciso pintar o Litoral não só de verde mas também de amarelo, de rosa, de azul, de todas a cores do arco-íris.

Em Florianópolis, a Câmara Municipal aprovou, em outubro do ano passado, uma lei que determina a erradicação das casuarinas e dos eucaliptos do município e a sua substituição por espécies nativas (leia o texto no link http://www.institutohorus.org.br/download/marcos_legais/Lei_PMF_9097.pdf

Desde então é proibido o plantio e a venda de mudas e sementes dessas árvores. Quem sabe os prefeitos gaúchos seguem o exemplo da capital catarinense? A natureza e a beleza agradecem.


Imagine esta bela paisagem da beira do rio sem as árvores...

Avenida Osório, em Imbé: que alívio...

Avenida da Igreja, em Tramandaí,
três anos depois do corte das casuarinas.
Alguém sente saudades???

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